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15/02/2022, 11:25

Dia Internacional do Câncer Infantil

A cada ano, cerca de 12 mil novos casos de câncer infantil são diagnosticados no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA) e a maioria dos pacientes são crianças de quatro a cinco anos de idade. Já os dados da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer estimam que, mundialmente, 215 mil novos casos são diagnosticados em crianças menores de 15 anos e cerca de 85 mil em adolescentes entre 15 e 19 anos.

Com o intuito de chamar atenção para a causa, a campanha do Dia Internacional do Câncer Infantil reforça as ações de conscientização sobre a doença e a importância do diagnóstico precoce para aumentar as chances de cura e o bem-estar dos pacientes.

Para esclarecer o assunto, os oncologistas Dr. Gustavo Ribeiro Neves e Dr. Diego Greatti, ambos membros da Doctoralia, colaboraram explicando as principais dúvidass. Confira!

Quais são os tipos mais comuns de câncer?

Não é possível ter apenas uma resposta, já que os tipos mais comuns de câncer variam de acordo com o sexo e população estudada. No entanto, quando se faz um recorte da população brasileira, na mulher, aproximadamente 30% de todos os diagnósticos de câncer são de mama, seguido de colorretal (intestino), colo de útero e pulmão. No homem, é mais frequente (também com aproximadamente 30%) os tumores de próstata, seguido de colorretal (intestino), pulmão e estômago”, afirma Dr. Diego Greatti.

Porém, quando o paciente é criança, a resposta muda drasticamente. Neste caso, os mais comuns são a leucemia, os tumores do sistema nervoso central, linfomas e tumores sólidos como o neuroblastoma, sarcomas e o tumor de Wilms.

E se por um lado o câncer em adultos está ligado ao envelhecimento, o consumo de bebidas alcoólicas e cigarros, entre outros fatores que contribuem para a proliferação da doença, o câncer na infância não tem relação com fatores ambientais e de estilo de vida. Por esse motivo, é muito importante o diagnóstico precoce para o sucesso do tratamento.

Fique atento aos sinais!

O diagnóstico precoce para o tratamento do câncer é importante para aumentar a chance de cura do paciente. Em crianças e adolescentes, esse fator dobra de relevância já que os tumores costumam crescer rapidamente devido às mutações celulares. Por isso, os responsáveis devem ficar atentos a alguns sintomas:

  • Perda de peso contínua incomum
  • Dores de cabeça na parte da manhã, que pode ser acompanhado de vômito
  • Inchaço ou dor persistente nos ossos ou articulações
  • Protuberância ou massa no corpo
  • Aparência esbranquiçada na pupila do olho ou mudanças na visão
  • Febres recorrentes sem causa aparente
  • Hematomas e sangramentos frequentes
  • Cansaço prolongado

Por que o tratamento é considerado muito agressivo?

O tratamento varia sempre de acordo com o tipo de câncer diagnosticado, mas a quimioterapia, habitualmente utilizada, é considerada um tratamento agressivo pois ela precisa ser eficaz na indução de morte de células cancerígenas. “Para isso, um dos efeitos colaterais de alguns tratamentos é também afetar células sadias do organismo do paciente, pois o medicamento não consegue distinguir a célula cancerígena da normal”, esclarece o Dr. Diego.

No entanto, é senso comum entre os especialistas da área que, apesar do tratamento ser considerado agressivo pelos pacientes, por terem um sistema “novo”, as crianças levam a melhor probabilidade de resposta positiva ao tratamento.

De acordo com o INCA, as chances de cura entre os jovens podem alcançar 80%. Isso acontece porque doenças malignas na infância são, em sua maioria, constituídas de células indiferenciadas, que ainda não possuem função especializada nem desenvolvidas por um estilo de vida, o que resulta em uma resposta muito melhor aos tratamentos.