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01/11/2021, 18:04

Em disco minimalista, brasiliense Kelton reflete sobre a solitude

Em 2018, Kelton achou que era a hora de fazer um disco mais calmo, um contraponto ao álbum Lacunar(2017), que acabara de sair e apontava para o rock. Começou a produção das canções, porém o projeto adormeceu. A pandemia permitiu que o músico brasiliense voltasse àquelas músicas. Assim nasceu o disco Ofício da Solidão, composto por 7 canções que exploram a solitude de fazer um álbum e de viver a vida.

“O Ofício da Solidão era pra ser um disco mais despretensioso, mas o surgimento da pandemia acabou intensificando o papel dele, que desde o início foi pensado pra ser experimentado com mais silêncio, um disco pra ser vivido fora da nossa rotina normal de trabalho, casa, festa, etc. Acho que era destino ele sair no meio dessa treta global”, observa Kelton.

O artista se apresenta no dia 4 de novembro, a partir das 21hInfinu Comunidade Criativa (506 SUL Bloco A Loja 67) e estará acompanhado por Tom Suassuna no violino e Gabriel Migão no piano. Os ingressos vão de R$ 30 a R$ 90 e estão disponíveis no site Sympla. O novo show de Kelton oferece ao público uma experiência imersiva, valorizando a canção e a conexão entre palco e plateia.

“Fronteira”, a canção que abre o disco é um belo resumo do conceito: “a letra me pareceu perfeita para iniciar a narrativa desse disco: pensar uma fronteira entre a palavra e o silêncio, um lugar onde até mesmo a sensação física do batimento cardíaco se torna apenas mais uma abstração de um universo vasto construído pela nossa imaginação”, comenta Kelton.

Já “Café Amargo” mostra como é sempre bom ter com quem contar. “Essa música é dedicada à uma grande amiga minha, a Gabi. Por muito tempo essa música ficou na gaveta das canções inacabadas, até que um dia me bateu a lembrança de uma manhã em que eu voltava pra casa após uma noitada e acabei indo pra casa dela tomar café da manhã e curar a ressaca, aproveitando que ela acorda super cedo. A música fala dessas horas em que você pode contar com os amigos, nas baladas e principalmente nas ressacas”, relata.

E por mais que no título o disco fale em solidão, Kelton não esteve totalmente sozinho nesse processo. Três das canções são parceria com amigos de longa data. Pierre Cunha é co-autor em “Fronteira”, Guilherme Cobelo (Joe Silhueta) assina “Ateus Lençóis” e Paulo Ohana é o autor de “Cor de terra”. Kelton divide a produção do álbum com Gustavo Halfeld (Joe Silhueta, Aiure, Almirante Shiva) e os violinos foram gravados por Tom Suassuna (Hungria, Cynthia Luz).

As músicas foram gravadas na Casacájá, casa/estúdio situada nas imediações de uma das mais movimentadas avenidas de Brasília. A dupla optou por não isolar totalmente o estúdio no momento da gravação e é possível ouvir sons da rua ao longo de todo álbum. O disco adota uma estética lofi e minimalista, com influência direta de artistas como Rômulo Fróes, Rodrigo Amarante e a norte-americana Adrianne Lenker. 

As canções “Eu tento te inventar” e “Cor da Terra” foram lançadas como singles e  ganharam clipes com direção de Pedro Ivo Pinheiro. As demais canções também terão seus respectivos registros videográficos um deles dirigido por outro grande amigo de Kelton, David Murad, responsável por “Sem Concerto”, ganhador do prêmio de Júri Popular do 3º Festival Curta Brasília, de 2014.

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