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12/06/2024, 17:09

Em mês de aniversário, a Itaú Cultural Play abre programação ligada a festivais com mostras do In-Edit Brasil e do Guarnicê de Cinema

Dois importantes festivais abrem a programação que a Itaú Cultural Play www.itauculturalplay.com.br recebe em junho, vinda de eventos de cinema de diferentes pontos do Brasil. De 13 a 23 do mês, a plataforma de streaming do Itaú Cultural, dedicada ao cinema nacional, recebe um recorte da 16ª edição In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musical, de São Paulo, com longas e curtas-metragens brasileiros inéditos. Do dia 14 ao 30, também exibe oito produções em um recorte da programação oficial do 47º Festival Guarnicê de Cinema – este é realizado presencialmente no Maranhão e um dos mais antigos do Norte e do Nordeste do país.

Neste mês, a Itaú Cultural Play completa três anos de existência e celebra com programação focada em festivais de todo o país e em mostra de filmes organizada pela curadoria da plataforma sobre o cinema brasileiro. O seu catálogo foi ampliado. Iniciado com 135 filmes, atualmente, possui cerca de 360 títulos, entre longas e curtas-metragens, séries e documentários.

No catálogo se encontram, ainda, filmes com recursos acessíveis (Libras, legendas e audiodescrição), em um processo recém iniciado. No dia 21, entrará na plataforma a cópia acessível de O menino e o mundo

A IC Play, agora também está disponível nas smart TVs da LG e da Samsung e na Apple TV, além dos aplicativos para dispositivos móveis (Android e iOS) e Chromecast.

No ritmo

Em mais um ano de parceria com a plataforma, o In-Edit Brasil leva para a IC Play uma seleção de filmes das diversas mostras do festival, que acontece presencialmente de 12 a 23 de junho, em São Paulo, e fica na IC Play de 13 a 23 do mês.

Funk favela, de Kênya Zanatta, aborda as multiplicidades e contradições do movimento do funk em São Paulo. São levantadas, ainda, pautas como preconceito e a presença feminina, buscando identificar as raízes sociais deste gênero, que ainda encontra sua maior potência criativa nas periferias das grandes cidades.

Eu sou o samba, mas pode me chamar de Zé Ketti, dirigido por Luiz Guimarães de Castro, explora a trajetória do compositor que dá nome ao filme. Sua história é recontada em depoimentos do artista, de familiares e amigos próximos, além de performances musicais e diversas facetas do compositor, ator e cantor.

No rastro do pé de bode é um road movie que acompanha o músico Rato Branco pelo sertão da Bahia, em busca de instrumentistas que preservam a tradição dos oito baixos. Com direção de Marcelo Rabelo, o filme revela a memória musical da região, da sanfona e desse instrumento que se tornou uma lenda a partir do músico Januário, pai de Luiz Gonzaga, mas caiu em desuso.

O documentário O carnaval de rua é festa do povo, de Uilton Oliveira, conta a história do Pula Roleta, um bloco clandestino no Rio de Janeiro. Ele foi criado em 2012 em meio à luta pelo transporte público gratuito na cidade e tem sua trajetória contada por diretores e frequentadores.

Por sua vez, É d’Oxum: força que mora n’água, de Day Sena, se dedica à composição É D’Oxum, assinada por Gerônimo Santana e Vevé Calasans. Uma das canções mais populares na Bahia, é considerada por muitos o hino extra-oficial de Salvador.

Por fim, De par em par, de Tais Melo, tem como ponto de partida os serviços de personal dancers – profissionais pagos para acompanhar mulheres nas danças e procurados por muitas frequentadoras dos salões de baile de São Paulo. O filme traz o encontro inusitado do personal Tony e sua cliente Marilena.

Mostra e fomento

A 47ª edição do Guarnicê de Cinema, que acontece presencialmente de 7 a 14 de junho, em São Luís do Maranhão, chega pela primeira vez na Itaú Cultural Play com uma mostra que expande o festival para o streaming. De 14 a 30 do mês, logo após a realização do festival, a plataforma exibe um recorte de oito produções que participam da programação oficial.

Essa parceria inédita vai além da mostra. O Guarnicê conta ainda com a segunda edição do Prêmio Itaú Cultural Play, que vai contemplar com R$ 15 mil um dos 12 curtas-metragens maranhenses selecionados para as mostras competitivas do festival, pelo licenciamento da produção para a Itaú Cultural Play pelo período de 24 meses.

Os filmes vêm de diferentes partes do país, além do estado anfitrião. A animação fantástica baiana Jussara, de Camila Ribeiro, conta a história da personagem que dá nome ao título. Ela é a memória viva da vila onde mora, conselheira e contadora de histórias, mas que um dia se percebe cansada de carregar tantas narrativas e decide viver a sua própria.

O documentário Pirenopolynda trata da Festa do Divino, que é realizada na cidade goiana de Pirenópolis há 200 anos. Ao revisitar as memórias afetivas preciosas guardadas sobre a festa, anos depois, a artista local Tita pretende reconstruir e retradicionalizá-la sob um viés afetivo decolonial.

O filme carioca Deixa, de Mariana Jaspe, reúne um elenco encabeçado pela cantora e atriz Zezé Motta no papel de Carmen, uma mulher que vive seu último dia de liberdade antes do marido sair da prisão. Dirigido por Manu Cappu, o drama paranaense Bença, mostra a sacralidade do dia de visita para os presos. Em um desses momentos, Antônio está ansioso para ver sua esposa, Vera. Entretanto, ao caminhar rumo ao pátio para encontrá-la, seu mundo começa a ruir ao ver também saindo de uma das celas Rodrigo, seu filho. As relações paternas entre pai e filho são como um campo seco e sem vida.

A seleção conta, ainda, com três produções maranhenses. O documentário João de Una tem um Boi, de Pablo Monteiro, parte da relação entre a devoção e a brincadeira de bumba-meu-boi na Tenda Nossa Senhora Aparecida. A morte do Boi de João de Una é uma das festas do calendário do terreiro, chefiado por Joseph Joan, o Pai Joan e ganha destaque pelo toque das caixas, tambores, radiolas, matracas e pandeiros do lugar.

Não existem mártires, apenas marketing é uma ficção científica dirigida por João Luciano. No filme, três jovens testemunham um fenômeno misterioso nos céus da cidade de Imperatriz (MA), para onde voltam depois de um ano de ausência e descobrem que famílias estão sendo secretamente evacuadas da cidade. Diante desse mistério, eles questionam se conseguem acordar uma cidade que é obrigada a dormir.

O último é Mar.Ina, uma paródia-crítica de A Pequena Sereia, vivida pela menina trans Marina. Ela é cazumba, personagem do bumba-boi que também é de entremundos. Nicolas a observa dançando e se interessa por ela, que, surpreendida, foge sem revelar sua identidade. No dia seguinte, eles se cruzam, mas o rapaz não a reconhece como caxumba – para ele, uma menina cisgênero. Marina começa a se questionar sobre sua imagem de trans não binária e, como a pequena sereia, muda de forma. Suas amigues e seu cazumba (seu alterego) a ajudam a reencontrar suas essências.