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22/09/2020, 17:44

Em quarto álbum, Carne Doce revela interior universal

Depois de conquistar relevância nacional com três discos essenciais para compreender a nova música brasileira, o Carne Doce explora a geografia íntima e as próprias origens em um novo registro de estúdio: Interior
As 12 composições (em boa parte, gravadas e lapidadas entre março e agosto) revelam a versatilidade estética e rítmica da banda, que desta vez experimenta estilos como dub, reggae, samba e trap, sempre acompanhada por guitarras acentuadas e a força lírica de Salma Jô.
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Sucessor de Tônus, o noturno e sensual LP de 2018 (um dos melhores daquele ano, segundo a Rolling Stone), Interior vem como um campo aberto e ensolarado para o grupo, fundado e residente em Goiânia, demonstrar sua universalidade sonora.
Desta vez, a estrela da capa é o pequi. Nativo do cerrado brasileiro, o fruto amarelo-ouro, conhecido por esconder espinhos, é altamente difundido na culinária goiana.
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Promovido em janeiro, o single “Temporal“, uma das mais notáveis faixas de Interior, com quase oito minutos de duração, surpreendeu o público pela ousadia estética e um videoclipe com vocação profética.

Sem alarde, um novo single, “Hater“, estreou nesta semana em plataformas digitais. Aqui, com lucidez e bom humor, o quinteto reflete sobre a inveja – “é meu covarde predileto/ meu hater de estimação/ que me adora pelo inverso/ me odeia com adoração”, canta em um dos versos.

Gravado no estúdio UP Music e na casa dos integrantes, Interior retoma a produção assinada pelo guitarrista João Victor, e conta com mixagem de Braz Torres Neme e masterização de Mauricio Gargel.
De Goiânia para o mundo, o Carne Doce é formado por Aderson Maia (baixo), Fred Valle (bateria e percussões), João Victor (guitarra, sintetizador e programações), Macloys Aquino (guitarra e voz) e Salma Jô (letras e voz).
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Na estrada há seis anos, a banda ganhou a simpatia de audiência e crítica por meio de potentes canções e apresentações ao vivo. Com estilo único, Salma rapidamente se tornou um dos grandes talentos da atual safra de cantoras/compositoras brasileiras.
Os dois últimos discos, Tônus (2018, Natura Musical) e Princesa (2016, RedBull Studios), chegaram às primeiras colocações de listas de melhores do ano e foram divulgados em turnês por todo país, com uma série de shows esgotados.
Em 2019, o Carne Doce fez a primeira viagem internacional, em que passou por prestigiadas salas e teatros de Portugal.
Interior reafirma o grupo na linha de frente da música feita hoje no Brasil – colocação que eles pavimentam desde o debute Carne Doce (2014).

Ainda para 2020, está previsto o lançamento de um álbum ao vivo, em parceria com o Selo Sesc.