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24/08/2021, 21:01

Estudantes indígenas reivindicam assistência e garantia de direitos

Estudantes indígenas da Universidade de Brasília (UnB), participantes da reunião pública remota da Câmara Legislativa reivindicaram políticas públicas assistenciais e condições de permanência no DF. O encontro, transmitido ao vivo pela TV Web CLDF e pelo portal da Casa no Youtube, foi mediado pelo deputado Fábio Felix (PSOL), que defendeu a garantia dos direitos dos estudantes indígenas e enfatizou que a reunião pública acontece num momento simbólico, quando ocorre uma mobilização da população indígena no DF. Desde o último domingo (22), indígenas de todo o país se reúnem na Praça da Cidadania, na Esplanada dos Ministérios, no movimento Luta pela Vida, organizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). Até o próximo sábado (28), o movimento promoverá atos contra a chamada “agenda anti-indígena que está em curso no Congresso Nacional e no Governo Federal”. Felix acrescentou que a discussão de hoje “se soma a esse processo de luta”.  Nesse cenário, o secretário do Conselho Indígena do DF, Tiago Kirixi, pleiteou políticas públicas que propiciem a permanência dos estudantes indígenas no DF. Ele mencionou as dificuldades de adaptação dos indígenas, muitos dos quais vêm diretamente das aldeias, numa cidade como Brasília. Amparo financeiro e de moradia, acompanhamento psicológico e educacional, foram algumas medidas elencadas por Kirixi.?????

??A necessidade de assistência aos estudantes indígenas foi reforçada pelo representante da Associação dos Acadêmicos Indígenas da UnB, Paulo Barroso Aruak, estudante de Ciências Políticas. Segundo ele, os indígenas sempre enfrentaram desafios, sendo que atualmente sofrem com a retirada de direitos no contexto de crise política e sanitária brasileiras. Por outro lado, ele reafirmou a projeção dos povos indígenas: “Somos resistência”. Aruak solicitou políticas públicas à CLDF voltadas à manutenção dos estudantes indígenas no DF, viabilizadas por emendas parlamentares e adequação na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Para além da questão financeira, o estudante de Medicina da UnB, Alisson Cleomar, do povo Pankararu, de Pernambuco, reivindicou “a universidade como segundo território” e ênfase na “política pedagógica”. Também representante da Associação dos Acadêmicos Indígenas da UnB, Alisson considera que as universidades deveriam estar preparadas para entender as especificidades dos povos e citou comentários racistas sobre a capacidade de aprendizado dos estudantes indígenas.