04/11/2021, 11:42
Expressionismo
Tantos assuntos e tão pouco espaço para abordá-los. Tentarei ser expressionista.
Sabe aquele movimento artístico representado por cores fortes, figuras deformadas, angústia e depressão? É como vejo e consigo representar o Brasil, hoje: por meio de pinceladas caóticas e tristes.
Encontro do G20 e nosso País se vê isolado, na figura de um sujeitinho muito menor que o papel que representa, que pisou no pé de Merkel, ignorou Olaf Scholz, constrangeu garçons e, incapaz de dialogar com os demais líderes mundiais, permaneceu à distância apontando-lhes o dedo, como criança tentando provar que reconhecia alguns deles. Depois, afundou-se em um sofá, onde permaneceu, intimidado. Digno de pena, não fosse quem é.
Esse ser nefasto causou tumulto nas ruas da Itália, onde seus seguranças agrediram repórteres, em alinhamento aos seus constantes ataques à imprensa e, na companhia de outro fascistóide, o senador de extrema direita italiano, Matteo Salvini, desonrou a memória dos pracinhas brasileiros que enfrentaram o nazi-fascismo na II Guerra Mundial.
Ah! E, como era de se esperar, ele fugiu da COP26, temeroso de, como bem disse o vice Mourão, “levar pedradas”, merecidas pela incompetência em lidar com as questões climáticas e ambientais. Em seu lugar, enviou um vídeo de dois minutos de mentiras e o desconhecido Ministro Joaquim Leite que, sob pressão dos States, fez promessas cheias de boas intenções, daquelas que povoam o inferno. Num louvável contraponto, discursou também Txai Suruí, uma índia de 24 anos, que, em inglês competente, denunciou os abusos deste desgoverno contra os povos indígenas e as florestas.
O expressionismo compreende deformidade consciente. Tem também. Bolsominions e seu desfigurado senso de justiça, liberdade de expressão, cristianismo… Sua capacidade de subverter fatos e argumentos à querela da vez, de aliar-se a opressores ante os oprimidos, em defesa de um idealismo reacionário e tosco, um tacanho conservadorismo.
Diante deste quadro, inevitável lembrar dO Grito e imaginar a sombria personagem de Munch, bradando: Fora Bolsonaro!