28/11/2022, 11:32
FGV: confiança da Indústria cai 3,6 pontos em novembro
O Índice de Confiança da Indústria (ICI), divulgado hoje (28) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) registrou queda de 3,6 pontos em novembro, chegando a 92,1 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice caiu 2,7 pontos. Segundo o economista do instituto Stéfano Pacini, este é o pior resultado desde julho de 2020.
“A confiança da indústria caiu pelo terceiro mês consecutivo e segundo de forma disseminada entre os segmentos pesquisados. Há deterioração das percepções sobre a situação atual decorrente de uma piora da demanda e consequente aumento do nível de estoques, o maior desde o período de lockdown”, disse.
De acordo com ele, a perspectiva futura também está em baixa. “Além disso, observa-se uma piora das expectativas para os próximos meses, possivelmente relacionada a uma desaceleração global prevista e um cenário econômico brasileiro de incertezas para o início do próximo ano”, explicou.
Componentes
O indicador apresentou queda da confiança em 14 dos 19 segmentos industriais monitorados pela Sondagem, em novembro. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a queda foi 9,7 pontos.
O Índice Situação Atual (ISA) caiu 4,6 pontos, para 91,8 pontos, e o Índice de Expectativas (IE) registrou queda de 2,4 pontos, indo para 92,6 pontos. Os dois estão no menor nível desde julho de 2020, “período crítico de lockdown da pandemia brasileira”, segundo o FGV Ibre, quando vigoravam as medidas restritivas de circulação devido à covid-19.
Entre os componentes do ISA, a maior influência negativa veio do indicador que mede a percepção sobre a demanda no momento, com queda de 6,6 pontos no mês, para 91,5 pontos. Também apresentou piora a percepção dos empresários em relação à situação atual dos negócios, com recuo de 4,9 pontos, para 89,7 pontos.
O nível de estoques apresentou leve piora ao subir 1,6 ponto em novembro, para 104,8. Acima de 100 pontos, esse indicador aponta que a indústria está operando com estoques acima do desejável.
Nas expectativas, a principal influência do mês foi a tendência dos negócios para os próximos seis meses. A queda de 4,5 pontos, para 87,8 pontos, mantém o indicador abaixo dos 100 pontos desde setembro de 2021.