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08/12/2021, 19:55

Humberto Pedrancini recebe ordem do mérito legislativo do DF

O ator, diretor e dramaturgo Humberto Pedrancini recebe a Ordem do Mérito Legislativo do Distrito Federal nesta quinta 9 de dezembro, em cerimônia realizada no auditório da Câmara Legislativa.

A comenda, que homenageia personalidades pela relevância dos serviços prestados ao Distrito Federal, alcança uma das grandes referências artísticas da cidade, com mais de 50 anos dedicados à arte e à cultura.

Recolhido nos últimos tempos em consequência da pandemia, o talentoso artista está retomando as atividades com a preparação do elenco do espetáculo Trilhas, Noite Cheia de Lua de Sol, da dramaturga Cláudia Andrade. Neste trabalho, o desafio de extrair das atrizes Claudia Andrade, Kuka Escosteguy e Gaivota Naves a profundidade que exigem seus personagens. A estreia da peça está prevista para 1º de abril no Teatro Galpão do Espaço Cultural Renato Russo

Sobre Pedrancini

         Nascido em Uberlândia (MG), Humberto Pedrancini começou a fazer teatro em Goiânia, onde vivia. Chegou a Brasília em 1972 e ingressou na Universidade de Brasília (UnB) para estudar Jornalismo. Foi na efervescência do ambiente acadêmico da época que se intensificou sua paixão pelas artes cênicas. Resultado desse capitulo: um ano depois, já dirigia seus primeiros espectáculos. Montou peças antológicos, como Pedro Malazartes, A Cidade que não tinha rei, Capital da Esperança e Moby Dick.

         Movido pela inquietude, tornou-se um dos fundadores de dois grupos teatrais bastante atuantes na Capital Federal: Celeiro das Antas e O Hierofante Companhia de Teatro. Com elesdirigiu uma série de espetáculos icônicos como  O primeiro milagre, Dois Perdidos Numa Noite Suja, A Voz Humana, Tudo Trriimm, Brasília de Pedra e Flor, Crorck, ScabuummA farsa da Caravela Maluca, A rua é um rio brilhante,  Sherazade, e O Auto da Camisinha, com a qual foi para Nova York e Boston. 

A carreira de Humberto, iniciada como ator em 1968, transitou por várias frentes de trabalho. Sempre atuante, concilia Direção, atuação para teatro e cinema, consultorias e educação, enquanto professor e ministrante de oficinas e cursos de curta duração, no Brasil e Exterior.

Como diretor, assinou montagens dos mais diversos estilos. Dos clássicos aos contemporâneos e autorais, e até institucionais.  Dentre elas “O Fado e a Sina de Mateus e Catirina”;  “O Teatro de Sombras de Ofélia”, Uns que não dormem , Em Busca da Cidade do Trânsito, Sete Pecados Capitais no Trânsito, Primeiro Milagre, A Banheira Revolucionária, A  História da Tigresa eA Rua é um rio brilhante-Cortejo.  

Também na atuação Pedrancini imprime sua marca, única e potente, que deu corpo e voz a múltiplas personagens. Dentre elas o rei na peça O Escurial, de Michel de Ghelderode e direção de Cláudio Chinaski; o protagonista do monólogo Preso entre ferragens, de Fernando Bonassi com direção de João António; O Rapaz da Rabeca, levado a escolas, praças e feiras; a Personagem Henry Drummond em O Julgamento do Macaco com direção de Rogero Torquato; Um brinde  a la muerte, de Nielson Menão sob a direção de Gê Martú;  “Objetos, Coisas e Mentiras”, espetáculo comemorativo dos seus 30 anos como profissional e muitas outras.

         Seu ecletismo na arte de representar, sedimentado no teatro, rendeu-lhe  significativa visibilidade. Dos palcos, começaram a vir os convites para atuar no cinema, em produções de diretores nacionalmente consagrados. Trabalhou com José Aciolly, Armando Lacerda, André Luiz de Oliveira, Susana Amaral, Ronaldo Duque, José Eduardo Belmonte, André Carvalheira, Tistá Filintro, Johil Carvalho, Caio Cortonesi, entre outros.

         Há aida o professor Pedrancini, que formou muitos atores e atrizes. Ensinou na Faculdade Dulcina de Moraes, em Brasília, ministrou oficinas de teatro na República de São Tomé e Principe, na África, e realiza cursos de formação de ator como  “Aula show” – Os 25 Erros do Ator Amador.

    A identidade de Humberto Pedrancini com as artes cênicas pode ser sintetizada em um das suas declarações: “Tudo é feito para você parar de fazer (teatro), mas existe a necessidade da alma que nos impele a realizar. Não são muitos os que resistem, mas esses precisam de teatro como do ar que respiram.” Pedrancini, indubitavelmente  é um desses.