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17/12/2020, 21:36

Ipea: trabalho remoto cai em outubro

O estudo O trabalho remoto e a pandemia: a manutenção do status quo de desigualdade de renda no país, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que o trabalho remoto englobou, em outubro deste ano, um total de 7,6 milhões de pessoas, o que correspondeu a 9,6% das 79,4 milhões de pessoas ocupadas no Brasil e não afastadas. Foi o segundo mês consecutivo de redução no percentual de brasileiros trabalhando de forma remota, sinalizou o levantamento. Isso quer dizer que foram 477 mil pessoas a menos do que o estimado em setembro. De acordo com o Ipea, essa é a primeira vez, desde o início da pandemia do novo coronavírus, que esse número é inferior a 8 milhões. As estimativas do estudo do Ipea foram calculadas com base na Pnad Covid-19, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Pnad Covid-19 objetiva estabelecer o número de pessoas com sintomas referidos associados à síndrome gripal e monitorar os impactos da pandemia no mercado de trabalho brasileiro. Segundo o Ipea, a remuneração dos trabalhadores que trabalham de casa alcançou R$ 33,6 bilhões no mês de outubro, o que corresponde a 18,5% da massa total de rendimentos efetivamente recebida por todas as pessoas ocupadas no país, da ordem de R$ 181,5 bilhões. No mês de setembro, 10,7% das pessoas ocupadas e não afastadas trabalharam de forma remota, sendo responsáveis por 20% da massa de rendimentos.

O Ipea verificou também a questão da desigualdade de rendimentos do trabalho remoto per capita, isto é, por indivíduo, no país. Não houve aumento significativo como resultado do trabalho remoto. Segundo o pesquisador Geraldo Góes, um dos autores do estudo, independente da pandemia do novo coronavírus, a desigualdade de renda permanece elevada no Brasil e o percentual da massa de rendimentos gerada pelas pessoas em trabalho remoto continua sendo praticamente o dobro do percentual de pessoas ocupadas que estão em home office.