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20/04/2023, 12:19

Itaú Cultural disponibiliza publicação sobre processo criativo de novo espetáculo de Magiluth

por Luís Andrade

O material, criado a partir da atividade Ensaios de Fruição apresenta a experiência on-line vivida durante a pandemia pelo grupo, junto com cinco convidados do público, para o desenvolvimento da peça Miró: Estudo Nº 2, que estreará presencialmente.

o Itaú Cultural disponibilizou hoje (20), em seu site www.itaucultural.org.br a publicação Ensaios de Fruição [e outras fricções], registro de parte das experiências vividas e compartilhadas na programação Ensaios de Fruição, realizada on-line em 2021, durante a pandemia de covid-19. O foco do material, no entanto, está na elaboração do espetáculo Miró: Estudo Nº 2, desenvolvido pelo grupo de teatro Magiluth durante a atividade e que tem estreia marcada na instituição para o mesmo dia do lançamento.

Toda realizada virtualmente, a programação Ensaios de Fruição teve início em setembro de 2021, quando o Núcleo de Artes Cênicas do Itaú Cultural se propôs a fortalecer vínculos com novos ou habituais públicos das artes cênicas. Para tanto, abriu salas virtuais, convidando o público a acompanhar ensaios de peças teatrais e um espetáculo de dança, e para trocar, posteriormente, experiências com diretores e artistas em cena.

A primeira experiência aconteceu com a montagem de Que os Mortos Enterrem Seus Mortos, texto de Samir Yazbek, com as atrizes Helena Ranaldi e Maria Fernanda Cândido. A segunda foi com De Passagem – Outras Paisagens, projeto então em desenvolvimento da Cia Dançurbana, do Mato Grosso do Sul.

A terceira, por sua vez, acompanhou de forma mais restrita e intensa a preparação de Miró: Estudo Nº 2, na qual a publicação Ensaios de Fruição [e outras fricções] está focada. Nela, as organizadoras Júlia Fontes e Maria Carolina Vasconcelos Oliveira trazem o resultado da pesquisa feita com cinco pessoas de público que acompanharam os ensaios on-line do Magiluth durante a criação dessa nova peça, além de depoimentos deles e dos integrantes do grupo, em uma reflexão sobre a produção teatral vinda desde a pandemia.

“A estreia do espetáculo é o fechamento desse ciclo proporcionado pelo Itaú Cultural e que foi muito importante para a gente”, pontua o ator Giordano Castro, um dos fundadores do grupo.

Miró: Estudo Nº 2

O espetáculo dá continuidade à proposta do Magiluth de repensar a construção do teatro a partir das vivências pessoais e profissionais vividas durante a pandemia. Se em Estudo n°1: Morte e Vida, estreado em 2022, o grupo explicitou os caminhos possíveis para a construção de um espetáculo teatral a partir da obra Morte e Vida Severina, do escritor também pernambucano João Cabral de Melo Neto, agora a nova montagem volta o pensamento à construção de um personagem, a partir das complexidades e do universo que essa figura compreende.

A nova peça vem sendo idealizada desde 2015, quando o Magiluth começou a passar por reformulações. Uma das mais importantes foi a mudança da sede do grupo para o bairro da Boa Vista, no centro do Recife, onde se instalaram no Edifício Texas. Nesse local, que funcionou como um centro cultural, o grupo teve um intenso fluxo de intercâmbio com vários artistas, entre os quais Miró da Muribeca, um dos mais importantes poetas pernambucanos da contemporaneidade.

“Miró não era somente um poeta. Era um poeta que trazia toda uma vivência que ele tinha da rua, da periferia, da Muribeca, da figura desse homem que estava o tempo todo se mudando – por várias questões e não apenas pela vontade. Tudo isso foi sendo para gente material de construção para esse personagem”, detalha o ator Giordano Castro, um dos fundadores do grupo.

Sobre o grupo

O Magiluth, fundado em 2004 na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), desenvolve um trabalho continuado de pesquisa e experimentação. É apontado pela crítica e imprensa como um dos mais relevantes grupos teatrais do país. Com nova sede no coração da capital pernambucana, realiza colaborativamente diversas ações nos eixos de pesquisa, criação e formação artística, em constante diálogo com o território em que está inserido.

Possui 11 espetáculos, fundamentados em princípios da criação teatral independente, de realização contínua e com intenso aprofundamento na busca pela qualidade estética. São eles: Corra (2007), Ato (2009), 1 Torto (2010), O Canto de Gregório (2011), Aquilo que o meu olhar guardou para você (2012), Viúva, porém Honesta (2012), Luiz Lua Gonzaga (2012), O ano em que sonhamos perigosamente (2015), Dinamarca (2017), Apenas o Fim do mundo (2019) e Estudo N°1 Morte e Vida (2022).

Em 2020 e 2021, desenvolveu três experimentos sensoriais em confinamento, concebidos especificamente para o momento de suspensão social: Tudo que coube numa VHS (Prêmio APTR de Teatro 2021 – Melhor espetáculo inédito ao vivo), Todas as histórias possíveis e Virá.

SERVIÇO

Ensaios de Fruição [e outras fricções]

Dia 20 de abril, quinta-feira

Em www.itaucultural.org.br