18/06/2023, 20:16
Laboratório no DF reproduz espécies do Cerrado ameaçadas de extinção
A cada mês, o laboratório de reprodução in vitro do Jardim Botânico de Brasília (JBB) reproduz mais de mil plantas do Cerrado em risco de extinção e espécies de outros biomas, como orquídeas, cactos, bromélias e palmeiras, para serem reintroduzidas futuramente na natureza. O espaço é o único desse tipo no Distrito Federal, e a estação ecológica contribui para a preservação. Recentemente, uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) avaliou 7.385 espécies do Cerrado, das quais 1.199 foram consideradas em risco – 16,2% do total. “Fazemos um trabalho de suma importância, pois pode acontecer de plantas que estamos acostumados a ver simplesmente sumirem”, afirma a superintendente técnico-científica do JBB, Lilian Breda.
“Aqui temos uma variedade muito grande de plantas reproduzidas e estamos fazendo um trabalho de formiguinha, mas empenhados em preservar e conservar o Cerrado.” A gestora alerta sobre alguns fatores que aumentam causas da extinção de algumas espécies: “Algumas pessoas coletam bromélias e levam para casa, retiram a planta do habitat natural dela para embelezar a casa; elas acabam morrendo e, com isso, temos várias espécies ameaçadas. As queimadas são outro fator que contribui para a extinção”. O laboratório conta com sala climatizada com cerca de 10 mil mudas em estágio inicial que acabaram de iniciar a germinação e 5 mil em frascos em fase final de crescimento ou já preparadas para serem aclimatadas em ambiente externo, além de três estufas com as plantas maiores. O espaço também tem equipamentos que promovem a recirculação de 100% do ar, mantendo o espaço estéril para o manuseio das espécies, o que evita contaminações do meio externo nas amostras manipuladas.