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19/12/2023, 15:05

Mamonas Assassinas retorna à Brasília, agora em longa-metragem

O último show dos Mamonas Assassinas foi em 2 de março de 1996, no Ginásio Mané Garrincha, em Brasília. No volta para casa, Guarulhos, um desastre aéreo leva um dos maiores fenômenos musicais brasileiros de todos os tempos.

E seu retorno à Capital Federal será em formato de longa-metragem no dia 28 de dezembro de 2023. Uma cinebiografia da icônica banda que leva ao público uma verdadeira experiência musical. Já que o filme tem tratamento de áudio e imagem que traz a sensação de estar dentro de um espetáculo do grupo. Assista ao trailer aqui.

O longa, de 95 minutos, produzido por Marcos Didonet, Vilma Lustosa e Walkiria Barbosa, da Total Entertainment, tem direção de Edson Spinello. O filme foi gravado em Guarulhos, entre fevereiro e março de 2023, mixado em novembro de 2023 e será distribuído pela Imagem Filmes. No elenco, estão: Ruy Brissac, interpretando Dinho; Rhener Freitas, como Sérgio Reoli; Adriano Tunes, Samuel Reoli; Robson Lima, Júlio Rasec; e Beto Hinoto, faz Bento.

Uma história de transformação

Em 1990, Dinho (voz), Sérgio (bateria), Samuel (baixo elétrico), Julio (teclados) e Bento (violão), jovens com pouca grana que moravam em Guarulhos (SP), nem imaginavam que em um curto espaço de tempo explodiriam como o maior fenômeno musical brasileiro da década, os Mamonas Assassinas.

Eles eram típicos garotos de classe média baixa de Guarulhos. Viviam próximos, na área que compreende o conjunto habitacional conhecido como CECAP, no miolo da cidade de Guarulhos e bem embaixo da rota dos aviões do aeroporto internacional.

Sérgio e Samuel, irmãos, primeiro criaram o Ponte Aérea, um banda cover que tocava em Churrascarias. Com a chedada de Bento e de um tecladista, montaram o Utopia, que não ganhou destaque na mídia, mas formou um público fiel no circuito alternativo da cidade. Num determinado show, aceitaram cantar o que o público pedia, mas ao chegarem numa música em inglês perguntaram se alguém da plateia sabia a letra. Um rapaz magro e animado gritou se levantando: “- Eu, eu!”, era Dinho. Seu carisma ficou evidente, o público adorou.

Demorou para Sérgio ser convencido a aceitar Dinho no conjunto, mas finalmente admitiu que ele seria um bom acréscimo. Começaram a fazer shows no interior de São Paulo, ampliando o raio de ação, o que era um problema para manterem seus empregos. Resolveram juntar dinheiro para gravar um disco independente. Conheceram o produtor musical Enrico Costa, Rico, que gostou dos rapazes e da música, mas tinha alguns conselhos que não foram bem recebidos, de começo.

O disco saiu e foi um fracasso. Os rapazes pensaram em focar em outra coisa e deram ouvidos ao Rico. Ele apontou que as músicas autorais, que usavam para aquecer, eram mais interessantes que as do disco. Que o humor, o deboche inteligente e moderno eram o melhor que eles tinham e deviam focar nesse caminho. A partir daí, nascia o Mamonas Assassinas.

Um diretor de uma grande gravadora, amigo de Rico, concordou em assistir a um show montado especialmente para ele e, aparentemente, começava ali um conto de fadas. O disco estourou e pegou o Brasil de surpresa. Crianças e jovens adoravam o conjunto desbocado, divertido e crítico de tudo.

A transformação de office boys em estrelas da mídia teve seus momentos difíceis, com choques entre os integrantes do grupo. Mas sobreviveu ao sucesso e não rachou como muitos esperavam. Foi um caminho às vezes doloroso, mas tudo estava resolvido quando foram para Brasília, encerrar a turnê. E no voo que os levaria de volta pra casa, o avião se chocou contra um dos morros que circundam o aeroporto de Guarulhos. Na semana seguinte, iriam dar início à carreira internacional com uma turnê. Os rapazes faleceram e nasceu o mito.