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28/07/2021, 20:55

Mamulengo abre diálogos sobre educação patrimonial

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 Teatro de Bonecos Popular do Nordeste é tradição viva e fortemente presente no diverso caldeirão cultural do Distrito Federal. Uma forma de expressão reconhecida como patrimônio cultural imaterial desde 2015, que revela, através da brincadeira e da originalidade criativa, processos históricos da formação do povo brasileiro e suas re-existências. 

Com mais de 30 anos dentro dessa tradição, o bonequeiro Chico Simões e seu grupo Mamulengo Presepada realizam, durante o mês de agosto, a 2ª edição do projeto “O Mamulengo na Educação Patrimonial”. Adaptado ao formato virtual, o projeto apresentará aulas-espetáculo gravadas e realizará videoconferências com estudantes de escolas públicas de Taguatinga e do Guará. As ações irão integrar as aulas regulares que ainda seguem online, devido à pandemia.

Além das escolas, a iniciativa terá edição especial na próxima terça, dia 10 de agosto, junto ao público que possui deficiências visuais da Biblioteca Braille Dorina Nowill de Taguatinga. A própria biblioteca repassará ao público frequentador a gravação da aula-espetáculo e o link de transmissão da videoconferência, que iniciará às 10h da manhã. O diálogo é aberto a outros interessados. Para participar é necessário solicitar o link pelo email: camaleaocultural@gmail.com. 

Nas escolas, a programação começa no dia 09 de agosto e segue até o dia 23. Os estudantes de cada unidade terão acesso às aulas-espetáculo gravadas dentro do planejamento pedagógico  determinado pela escola. Posteriormente, também participarão de bate-papos via videoconferência, que contarão com a presença do bonequeiro Chico Simões e dos músicos: Daniel Carvalho (rabeca e voz), Layza Cristiane (ganzá e voz) e Pedro Tupã (pandeiro). Geralmente brincado por um bonequeiro e um terno de músicos que interagem sempre com o público, o Mamulengo é a forma popular e tradicional do teatro de bonecos no Brasil. Um ofício repassado pela tradição oral, de mestre para aprendiz. Nasceu nos interiores do Nordeste e se espalhou junto com os processos migratórios, recebendo diferentes nomes: Mamulengo (PE, SP e DF), Babau (PB), João Redondo ou Calunga (RN) e Cassimiro Coco (CE, PI e MA). Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), “a Educação Patrimonial constitui-se de todos os processos educativos formais e não formais que têm como foco o patrimônio cultural, apropriado socialmente como recurso para a compreensão sócio-histórica das referências culturais em todas as suas manifestações, a fim de colaborar para seu reconhecimento, valorização e preservação”. Com as aulas-espetáculo e os diálogos via videoconferência, “O Mamulengo na Educação Patrimonial” pretende compartilhar não apenas a história, a estética e a diversa prática mamulengueira.