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04/01/2020, 17:03

Milhares de pessoas lotam centro de Santiago em 1º protesto de 2020 no Chile

Dezenas de milhares de pessoas tomaram nesta sexta-feira as ruas de Santiago, capital do Chile, para mostrar que seguem insatisfeitos e que os protestos para exigir medidas de combate à desigualdade no país serão mantidos em 2020.

Desde o início da tarde, os manifestantes se reuniram na Praça Itália, principal ponto de encontro dos protestos que já duram quase três meses. Pouco a pouco, as ruas foram ficando lotadas, em um claro recado para a classe política do país que as propostas feitas até agora não satisfazem as demandas por mais saúde, educação e um melhor sistema previdenciário.

“Peço para 2020 que o governo abra os ouvidos e escute o povo. Peço que os políticos e os carabineiros (a polícia militarizada do Chile) tenham um pouco de consciência e critério. E que tenhamos um presidente que cuide do país, não o destrua. Eles estão destruindo seu próprio povo”, disse em entrevista à Agência Efe a enfermeira Blanca Tam, uma das manifestantes.

O protesto que começou pacífico terminou em confronto entre alguns grupos de manifestantes e os carabineiros, que protegiam um monumento em homenagem à polícia chilena na região da manifestação.

Com pedras e coquetéis molotov, eles fizeram os agentes recuarem pela Alameda Bernardo O’Higgins, a principal avenida de Santiago, e aproveitaram para erguer barricadas para impedir um novo avanço das forças de segurança, que reagiram com o uso de canhões de água.

Uma igreja administrada pelos Carabineiros foi incendiada por um grupo de encapuzados. Além disso, agências bancárias foram depredadas na ação.

Segundo o último balanço divulgado pelo Instituto Nacional de Direitos Humanos (INDH), 24 pessoas morreram e 3.583 ficaram feridas desde o início dos protestos. Do total, 359 foram atingidas no olho por balas de borracha disparadas pelas forças de segurança.

O número de presos também continua crescendo, conforme o órgão, e já chega a 9.589. Além disso, o INDH registrou 1.549 denúncias de violações aos direitos humanos ao longo das manifestações.