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26/01/2022, 20:30

Morte de atriz em mês de prevenção ao câncer do colo do útero traz alerta sobre a doença

A morte da atriz Françoise Forton (64), neste domingo (16), mês de conscientização sobre a prevenção do câncer de colo do útero (Janeiro Verde), reafirmou a importância do cuidado preventivo e do diagnóstico precoce para maiores chances de cura da doença.

A atriz enfrentou um câncer na região da bacia, que posteriormente chegou aos pulmões. Em 1989, ela também passou pela doença, quando foi diagnosticada com câncer de colo de útero.

Em entrevista para a Rede Câncer em abril de 2016, Forton falou sobre o câncer como forma de fazer um alerta para outras mulheres. “Eu poderia alertar sobre a necessidade de se cuidar, jovem ou não, casada ou não, com sexo ou não. Ninguém está livre. Aconteceu comigo, sem eu sentir nada e sem histórico familiar”, disse a atriz.

Segundo estimativa feita pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) entre 2020-2022 são esperados 260 novos casos de câncer do colo do útero no Distrito Federal. Esse é o quarto tipo de câncer mais comum entre as mulheres em todo o mundo.

Em uma fase inicial, o câncer de colo uterino não apresenta sintomas, dessa forma, é essencial que as mulheres busquem exames ginecológicos frequentes com coleta de material citológico.

A oncologista da Oncoclínicas Brasília, Dra. Claudia Ottaiano, alerta para que, caso seja confirmado o câncer de colo uterino, as pacientes procurem um serviço de oncologia imediatamente. “Em casos mais iniciais, de lesões precursoras do câncer, o tratamento pode ser feito em nível ambulatorial”, destaca a especialista.

O Ministério da Saúde e o INCA recomendam que todas as pessoas com útero colham o seu primeiro exame preventivo aos 25 anos de idade.

Os casos mais avançados devem ser conduzidos de forma multidisciplinar, com integração da equipe oncológica clínica e cirúrgica e de maneira individualizada. “Realizamos o estadiamento, buscando entender se temos uma doença localizada no colo uterino, se houve invasão de órgãos próximos como bexiga e reto, ou mesmo disseminação para outros órgãos”, ressalta.

Exame de Papanicolau

Realizado durante o exame ginecológico, o exame preventivo de câncer no colo do útero, Papanicolau, coleta amostras de células que revestem o colo uterino com uma espécie de escova. “Esse material coletado é estudado pelo patologista, permitindo identificar células alteradas, sejam elas precursoras ou de câncer”, explica Ottaiano.

Segundo a Sociedade Americana de Câncer, os Papilomavírus (HPVs) são um grupo de mais de 100 vírus que possuem relação entre si. Para cada grupo de HPV é atribuído um número, o qual é chamado de tipo de HPV. 

A maioria dos tipos de HPV apresenta verrugas na pele, podendo aparecer nos braços, tórax, mãos ou pés. Outros tipos são encontrados principalmente nas membranas e camadas superficiais úmidas que revestem os órgãos e partes do corpo que se abrem para o exterior.

A infecção pelo vírus é o fator de risco mais importante no caso do câncer de colo uterino. A prevenção dessa infecção, que ocorre por via sexual, é medida importante para evitar esse câncer.

Tetravalente

A principal forma de prevenção, entretanto, é a vacina contra o HPV. O Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal, em 2014, a vacina tetravalente contra o HPV para meninas e em 2017, para meninos.

A médica explica que a vacina evita a infecção pelo HPV tipo 6,11,16 e 18. “Os subtipos 16 e 18, chamados também de alto risco, estão relacionados a 70% dos casos de câncer de colo uterino. A melhor maneira de evitarmos a infecção por esse vírus é ter sido vacinado”, alerta a especialista. 

A médica alerta ainda para o uso de preservativo durante a relação sexual e a continuidade dos exames de rotina. “Vale ressaltar que mesmo vacinadas, as mulheres devem manter as rotinas de exames ginecológico e coleta de Papanicolau anual ou com intervalo indicado pelo médico”, conclui.