Menu

15/03/2019, 07:45

Nova gestão compartilhada

A estudante Natalia Almeida, 13 anos, é prova que a gestão compartilhada no Centro Educacional 1 da Estrutural está no caminho certo. Há um mês no novo modelo, a menina transformou sua vida. Melhorou as notas, a relação com os professores, está mais caprichosa com os cadernos e a ida para o colégio deixou de ser uma imposição dos pais e passou a ser uma escolha para mudar de vida.

“Estou alegre demais. Sinto que estou mais segura. Ninguém mais traz faca para escola, nem ameaça a gente. Vejo que os policiais e os professores gostam mais de mim e se preocupam”, avalia a aluna, que planeja o futuro. “Agora sei o que vou fazer quando crescer. Quero ser policial ou professora”, completa.

A história de Natália até chegar à gestão compartilhada é um enredo que se repete em várias escolas públicas. Convivendo de perto com a violência, a garota perdeu um ano letivo por baixo desempenho em Geografia e Português e por comportamento indisciplinar. “Não sabíamos mais o que fazer com ela. Chegou até a agredir uma professora no ano passado. Agora, está mais calma e comprometida”, avalia a mãe, Simone Coelho Almeida, 33 anos.

Natália perdeu um ano letivo e ganhou maturidade para fazer o 5º ano num novo modelo de gestão escolar. “Agora, todos os dias, ela chega em casa e me mostra os cadernos. Nunca vi tanto capricho”, elogia a mãe. Auxiliar de serviços gerais, Simone diz que a escola da filha mudou muito em um mês com a presença da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).

“Os meninos estão sabendo que têm limites porque os policiais estão lá e não vão deixar ninguém fazer bagunça”, afirma. Simone acredita que a presença dos militares tem ajudado no desempenho de Natalia.

Diretora pedagógica do Centro Educacional 1 da Estrutural, Estela Accioly, comemora o desempenho de Natalia e de outros alunos. “Vemos que, a cada dia, conseguimos avançar mais e mais. Ela (Natália) é apenas um dos vários casos de sucesso que estão se revelando aqui. Eles estão empolgados, sentindo-se orgulhosos de estar na escola. Isto é maravilhoso para a evolução deles no processo de aprendizagem”, avalia.

Doações, disciplina e carinho

A soldado Walkíria Laert, que já foi professora de Educação Física, está ajudando nas atividades disciplinares do Centro Educacional 1 da Estrutural. Queridinha dos alunos, a PM ajuda na organização do recreio. “A gente propõe jogos interativos, queimada, pique-pega. Isto aproxima os meninos da gente e assim conquistamos mais a confiança deles”, explica.

As técnicas disciplinares militares são associadas à solidariedade e afeto dos policiais. “Às vezes, a criança só quer um abraço. A gente se comove com o que eles contam. Ajudamos em tudo que podemos, seja conversando ou falando sobre a importância da disciplina nos estudos. Até nos mobilizar, para arrumar tênis e roupas, já fizemos”, conta.