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27/02/2019, 10:00

PF faz busca e apreensão em casa de parente de ex-secretário de Cabral

A Polícia Federal cumpriu hoje (26) mandados de busca e apreensão em casas de parentes de Régis Fichtner, ex-secretário da Casa Civil de Sérgio Cabral, e do coronel da Polícia Militar Fernando França Martins, na segunda etapa da Operação Consigliere. Os dois foram presos no dia 15, na primeira etapa da operação.

Segundo o Ministério Público Federal, há indícios de que Fichtner oculta patrimônio e tentou destruir provas. Já França, foi identificado como a pessoa que recolhia parte das propinas recebidas pelo ex-secretário durante o governo Cabral, de 2007 a 2014.

O pedido para a busca foi feito pela força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro. As ações ocorreram no endereço do filho do coronel, Fábio Braga Martins, e do irmão do ex-secretário, José Antônio Velasco Fichtner Pereira. O escritório Andrade e Fichtner Advogados também foi alvo da operação, após a ligação apontada pelo depoimento de Cabral na semana passada.

Depoimento

Cabral prestou depoimento no dia 21 na sede da Procuradoria da República do Rio de Janeiro. Ele compareceu por vontade própria, “indo ao encontro de uma nova postura que pretende adotar frente às investigações”, segundo consta no termo divulgado hoje (26) pelo Ministério Público Federal.

Cabral falou sobre sua relação pessoal e profissional com Régis Fichtner e o acusou de usar, desde 1999, o “prestígio político” de Cabral por meio de seu escritório de advocacia, tentando fazer indicações para o cargo de desembargador e de ministro dos tribunais superiores, além de pedir a atuação como senador a favor de clientes dele. Cabral também admitiu que Fichtner era seu assessor e consultor jurídico.

O ex-governador disse que Fichtner, que ocupou o cargo de secretário da Casa Civil de seu governo, trabalhou em suas campanhas desde 1998 e que, desde 2002, operacionalizava o recebimento de caixa 2. Cabral disse também que ele era o responsável por várias “vantagens indevidas” pagas por empresas que fechavam contratos com o governo. Pelos serviços, Fichtner recebia mensalmente, desde 2007, entre R$ 100 mil e R$ 150 mil.