13/03/2024, 08:00
Precisamos falar sobre ansiedade e vulnerabilidades adquiridas nos tempos atuais!
por Felipe Lucchesi
Colunista: Felipe Lucchesi
Fotos: Felipe Lucchesi
Na entrada do público, durante o tempo que procura o melhor assento e acomoda-se, o ator Caio Blanco provoca todos com muito humor e frascos antecipados de uma genialidade presente no texto e performance da dupla de artistas: Caio Blanco e Priscilla Olyva.
No palco, há duas cadeiras, uma de frente para a outra e cada qual, obtendo uma cor diferente no cenário ao fundo: preto de um lado e vermelho do outro, dando margem à livre interpretação de Yin-Yang, certo-errado e interno-externo.
As cores estendem-se para o figurino (sob responsabilidade de Cy Teixeira) de cada artista: Caio veste-se todo de preto e Priscilla, veste-se de preto mas com adereços da cor vermelha.
Cada detalhe soa como provocação para pensar e refletir durante o espetáculo: “Órion – ou um quase-monólogo sobre a ansiedade” que iniciou curta temporada no Teatro Commune em São Paulo, capital, com texto assinado por Caio Blanco e a direção sendo de André Leão.
No decorrer dos 80 minutos da obra, os espectadores acompanham o personagem que sofre de ansiedade e sua terapeuta que conduz como ele pode lidar melhor com tudo o que lhe aprisiona, incomoda e deprime.
Quem assiste, ao mesmo tempo, dialoga internamente com as provocações contidas nas cenas, muitas, associadas ao comportamento espontâneo dos animais: O quanto suas vulnerabilidades definem quem você é? É possível controlar a ansiedade? Você só se sente bem quando tem controle de algo?
Esses e outros questionamentos caminham em direção à conclusão que a sociedade atual retrocedeu quando o assunto é qualidade na saúde mental.
Precisamos falar mais sobre ansiedade e vulnerabilidades que escondemos atrás de sorrisos, convenções sociais e que apenas no silêncio do nosso quarto e no barulho constante dos pensamentos, soa a sirene alertando o estado de emergência a qual vivemos.
Serviço
“Órion – ou um quase-monólogo sobre a ansiedade“
Temporada de 2 a 31 de março. Sábados às 20h | Domingos às 19h30
Teatro Commune (Rua da Consolação, 1218, São Paulo-SP)
Ingressos via Sympla
Texto: Caio Blanco
Direção Artística Geral: André Leão
Co-direção, direção de movimento e preparação corporal: Hanna Perez
Elenco: Caio Blanco e Priscilla Olyva
Figurino: Cy Teixeira
Iluminação: Rafael
Música e trilha sonora: João Sposaro
Gênero: Tragicomédia
Recomendação: 14 anos
Duração: 80 minutos
Temporada de 2 a 31 de março. Sábados às 20h | Domingos às 19h30
Não haverá espetáculo no dia 30/3
Tags: em cartaz, espetáculo, Felipe Lucchesi, Jornal Alô Brasília, São Paulo, Teatro