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22/09/2022, 17:28

Prêmio Candango: Festa de encerramento celebra o incentivo ao livro e à leitura

Enquanto emendava canções do repertório, o cantor e compositor Lenine revelou à plateia da cerimônia de encerramento do Prêmio Candango De Literatura, que ocorreu na noite de quarta-feira (21), no Teatro Plínio Marcos (Eixo Cultural Ibero-americano): “Amo as palavras. As minhas músicas são como crônicas cotidianas. Tenho em casa um baú de palavras. Sou um colecionador de palavras”.

A palavra foi a grande estrela que norteou a premiação, instituída pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec-DF), com gestão do Instituto Cultural Casa de Autores, e que, em seu primeiro ano, já se tornou um dos mais cobiçados do país. Houve a palavra-solene, a palavra-emocionada, a palavra-cantada, a palavra-rimada, a palavra-homenagem, a palavra-saudosa e até a palavra-engraçada. Milhões de palavras, aliás, envolveram esse projeto, que teve 1984 inscrições literárias.

As primeiras que saudaram a plateia vieram de uma das maiores escritoras brasileiras: Lygia Fagundes Telles (1918-2022), a homenageada da noite. Elas se materializaram no corpo-voz da atriz Adriana Nunes: “Há uma soma de seres que amei e que já se foram, mas de certo modo ficaram em mim“, interpretou a atriz um trecho de “Durante aquele estranho chá”. Durante a cerimônia, ela também apresentou o espetáculo poético “Floripes”, ao lado do violonista Manassés de Sousa.

Entusiasta do livro e da leitura, o secretário de Cultura, Bartolomeu Rodrigues, assumiu a palavra com um discurso “do coração aos corações”, levando a plateia ao êxtase. “Lemos mesmo quando perdemos a fé; lemos para descobrir; lemos pelo prazer da história; lemos por paixão; lemos para questionar; lemos para nos enchermos de convicção; lemos distraidamente; lemos para nos emocionar; lemos de um fôlego só; lemos preguiçosamente; lemos para nos tornarmos sábios; lemos em silêncio; lemos em voz alta; lemos para fazer perguntas; lemos para não ter medo; lemos para viver”, disse sob aplausos.

“Aprendi que a função do escritor é seduzir o leitor. Organizando essa premiação, entendi que precisávamos seduzir os trabalhadores e trabalhadoras do ofício da literatura em todos os países de língua portuguesa. Essa foi a nossa nobre missão”, avaliou Maurício Melo Jr., presidente do Instituto Cultural Casa de Autores.

A favor da política de incentivo ao livro e à leitura, o Prêmio Candango de Literatura converteu-se em prêmios disputados por oito categorias. Em Romance, venceu Marcílio Godoi por “Etelvina”; em Poesia, Alexei Bueno com “O Sono dos Humildes”; em Contos, João Anzanello Carrascosa conquistou o prêmio com “Tramas de Meninos”. O Prêmio Brasília coube a Alexandre Pilati com “Tangente do Cobre” (poesia). “Etelvina vai ficar muito mais amostrada com esse Prêmio Candango de Literatura e vai querer até rodar o Brasil inteiro”, comemorou Marcílio Godoi.