10/02/2020, 20:02
Presidente da Cedae é demitido em meio à crise da água no Rio
O presidente da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), Hélio Cabral, foi demitido nesta segunda-feira (10), em meio à crise da água pela qual passa o estado do Rio de Janeiro. A demissão foi anunciada pelo governador Wilson Witzel. O substituto de Cabral, já escolhido pelo governador, será Renato Espírito Santo, um funcionário de carreira da Cedae.
Em nota, o governo do estado informou que, como representante do acionista controlador da Cedae, o governador Wilson Witzel, determinou a imediata demissão de Cabral. “O governador também convocou, em caráter extraordinário, reunião do Conselho de Administração da Cedae para esta terça-feira (11) para tratar exclusivamente da substituição do ocupante do cargo de diretor-presidente da companhia”.
Crise
No início de janeiro, moradores de diversos bairros e municípios da Região Metropolitana do Rio relatavam mau cheiro, cor amarelada e gosto de terra na água fornecida pela Cedae. Os primeiros testes realizados por técnicos da companhia identificaram a presença do composto orgânico geosmina, que provocou as reclamações de cheiro de terra na água.
Especialistas dizem que a geosmina não é tóxica, mas, para reduzir a quantidade da substância, a Cedae resolveu aplicar carvão ativado na Estação de Tratamento de Água do Guandu, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A aplicação no dia 23 de janeiro, foi acompanhada pelo governador, que em entrevista após a visita estimou em duas semanas para que os consumidores começassem a receber a água em seu estado normal. Não foi o que ocorreu e, em outra tentativa, a Cedae começou a derramar argila no reservatório da ETA Guandu.