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23/04/2024, 08:00

Roberto Camargo vive Caio Fernando Abreu nos palcos

por Felipe Lucchesi

Colunista: Felipe Lucchesi
Foto: Gilberto Perin


As vidas de Roberto Camargo, Luís Artur Nunes e Caio Fernando Abreu se cruzaram definitivamente em Paris, no início dos anos 90, e os encontros se repetiram até a morte precoce do escritor em 1996, aos 47 anos. A Maldição do Vale Negro, texto de Luíz Artur Nunes, em colaboração com Caio Fernando Abreu, recebeu o Prêmio Molière de melhor autor em 1988.  
A ideia do espetáculo CAIO EM REVISTA surgiu com a proposta de criar uma homenagem para o escritor, onde Roberto Camargo, um dos fundadores da Terça Insana, em meio aos textos mais densos e conhecidos de Caio trouxe “Bolero”, uma crônica escrita para a revista AZ, editada por Joyce Pascowitch, que comandou uma revolução editorial nos anos 80, trazendo personagens e a efervescente cena cultural de São Paulo para as suas páginas e capas. Ao lado de Caio, trabalhavam para as suas publicações a fotógrafa Vania Toledo, o jornalista Antonio Bivar e o artista Guto Lacaz, que assinava a direção de arte e que agora, em CAIO EM REVISTA irá assinar o cenário e toda a parte gráfica.
Os textos que compõem o roteiro abordam a relação de Caio com a cidade de São Paulo, suas memórias da infância e da juventude, sua visão crítica da sociedade e dos tipos urbanos que a compõem, como o bar Ritz, a novela Vale Tudo, a boate Madame Satã e as músicas de Rita Lee, Madonna e Chet Baker. Tudo isso temperado com a ironia fina e o humor cáustico e requintado que caracterizaram a vida e a obra do escritor, uma pessoa à frente do seu tempo, ligado em questões que só muito mais tarde viriam a ser discutidas.
Em cena, Roberto será porta voz de Caio nos textos mais pessoais, falando em primeira pessoa sem qualquer tentativa de reproduzir as características físicas e vocais de Caio. Uma outra voz abarca dois heterônimos criados por Caio:  as colunistas Nadja de Lemos e Terezinha O’Connor, figuras femininas (dentro de uma estética “camp”, é claro), que fazem uma crônica dos tipos humanos e comportamentos da fauna urbana da São Paulo (ou de qualquer megalópole) dos anos 80, revelando uma percepção aguda a apontar um dedo (de longa unha vermelho-ciclâmen) para as idiossincrasias da sociedade alternativa da época.
Em CAIO EM REVISTA teremos um Caio Fernando Abreu um tanto diverso daquele intérprete das angústias e do mal-estar no mundo de sua geração. Roberto Camargo vestirá a roupa de um Caio memorialista e poético, de um Caio humorista e cronista, de um Caio cheio de graça e de luz.


Ficha Técnica



Textos: Caio Fernando Abreu
Roteiro e Atuação: Roberto Camargo
Direção: Luís Artur Nunes
Assistência de direção: Patrícia Vilela
Projeto Gráfico: Guto Lacaz
Iluminação: Claudia de Bem
Figurino: Mareu Nitschke
Trilha Sonora: Roberto Camargo e Luís Artur Nunes
Edição de Trilha Sonora: André Omote 
Direção de Produção: COLAATORES e Splendore Produções Produtor de Parcerias


Serviço


Caio em Revista
Teatro VIRADALATA (Rua Apinajés, 1387 – Sumaré – São Paulo-SP)
Temporada: Dias 11, 18 e 25 de maio, sábados às 17h

Gênero: Comédia
Indicação etária: 14 anos
Duração: 60 min
Ingressos: R$ 80 | R$ 40
Bilheteria abre duas horas antes do espetáculo
Link para compra online via Sympla

 

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