13/02/2019, 23:38
Secretaria de Saúde utiliza cada vez mais fitoterápicos em tratamentos
A experiência popular alinhada ao conhecimento cientifico dos farmacêuticos da Secretária de Saúde é uma fórmula que deu certo. Prova disso é o Núcleo de Farmácia Viva, que há 29 anos trabalha na produção de medicamentos cuja matéria-prima ativa são os vegetais, os chamados fitoterápicos. A Secretaria distribuiu, de forma gratuita, à população do Distrito Federal, no ano passado, cerca de 27 mil medicamentos em 21 Unidades Básicas de Saúde. A intenção é aumentar a estrutura para ampliar a produção.
“Há 30 anos falar em fitoterápico e atenção primária era um tabu. Hoje, não. Prova de que deu certo é que a Farmácia Viva está há tanto tempo funcionando bem e atendendo cada vez mais gente”, comemora Nilton Neto, chefe do Núcleo.
Localizada no Riacho Fundo 1, a Farmácia Viva atualmente ocupa o espaço da antiga residência do ex-presidente da República Ernesto Geisel. No local, trabalha uma equipe de 13 funcionários. Entre eles, farmacêuticos e técnicos responsáveis por produzir, em média, 2.300 fitoterápicos ao mês.
O secretário de Saúde Osney Okumoto estuda a possibilidade de reformar e ampliar a estrutura da Farmácia Viva, iniciativa pioneira no Brasil em relação ao fornecimento de medicamentos fitoterápicos para a rede pública de saúde. “Esta é uma experiência exitosa”, elogia Okumoto. “Mas já está no limite da sua produção, em decorrência do tamanho da área do laboratório disponível. Como secretário e farmacêutico, quero participar desse projeto de ampliação e oferecer condições melhores”, afirmou, ressaltando que o local é uma construção antiga e tem a necessidade de expansão.
Plantas
As plantas usadas na confecção das fórmulas são cultivadas de forma orgânica na área da própria Farmácia Viva e, também, nos terrenos do Complexo Penitenciário da Papuda e do Centro Nacional de Recursos Genéticos, parceiros do projeto.
Após a colheita, as ervas são selecionadas, secadas em estufa e trituradas até se transformarem em pó. Com o material, é feita a extração da tintura ou extrato com álcool. A exceção é para a babosa, que é utilizada na versão fresca para a produção do gel cicatrizante. Todos os medicamentos produzidos são certificados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Resultados
O resultado é percebido no dia a dia, com a farmácia sempre cheia de pessoas à procura dos fitoterápicos. “Esses medicamentos têm uma credibilidade muito grande junto à população porque agregam cultura com pesquisa científica. É a junção da tradição com a ciência. Por serem mais naturais, eles têm uma maior aceitação do paciente”, explica Josias Junior, enfermeiro que há 30 anos trabalha na secretária de Saúde.