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13/02/2022, 22:53

Semana de Arte Moderna é considerada marco, mas não iniciou movimento

Há exatos 100 anos, o Theatro Municipal em São Paulo abria suas portas para uma exposição de pintura e escultura, saraus e apresentações musicais do compositor Villa-Lobos e da pianista Guiomar Novaes. Esse evento, que ocorreu entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922, veio a ficar conhecido como a Semana de Arte Moderna, considerado um marco oficial do movimento modernista no Brasil.

Os principais nomes do evento foram os escritores Mário de Andrade, Menotti del Picchia e Oswald de Andrade e os artistas Anita Malfatti e Di Cavalcanti. A ideia era provocar a imprensa, fazer muito barulho, para apresentar ideias de vanguarda.

“Com certeza os agentes da semana, os artistas que fizeram esse festival, tinham em mente essa ideia de ter impacto na mídia, de fazer barulho, de se alinhar a uma ideia de vanguarda, de desafio das tradições”, disse Heloísa Espada, curadora do Instituto Moreira Salles (IMS), organização que, no ano passado, realizou um ciclo de palestras [disponíveis no site da instituição] para discutir o evento junto com o Museu de Arte Contemporânea (MAC) e a Pinacoteca do Estado.

A semana foi realizada pouco tempo depois do fim da Primeira Guerra Mundial e da pandemia de gripe espanhola e no ano em que o Brasil celebrava o centenário de sua independência.

São Paulo iniciava o seu processo de industrialização, com a economia ainda baseada no café. O Brasil se modernizava e alguns intelectuais e artistas da época, influenciados pelas vanguardas europeias, também propunham um novo olhar sobre a arte brasileira.