20/07/2020, 09:02
Semana Internacional da Mulher Negra é comemorado no DF
Reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o “Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha”, 25 de julho não é apenas uma data de celebração, mas uma oportunidade para a reflexão e o fortalecimento da luta por igualdade, representatividade e afirmação de direitos. No âmbito da cultura, a data é mais um motivo para enaltecer e difundir música e poesia criadas e interpretadas por essas mulheres. Pensando nisso, projetos idealizados e apoiados pelo Instituto Rosa dos Ventos, organização capitaneada por Stéffanie Oliveira, abordam a temática por meio da arte.
O projeto Poéticas Populares, websérie que reúne, por meio de música e poesia, dezenas de artistas independentes, em 16 episódios inéditos e inovadores, terá uma semana inteira dedicada a homenagear mulheres negras, latinas e caribenhas. Nas próximas segunda (20/07), quarta (22/07) e sexta (24/07) poetas, atrizes e cantoras negras ocupam os palcos virtuais do projeto. Canções e poemas propõe a celebração da ancestralidade, exaltando expressões culturais de matrizes indígenas e africanas. Não por acaso, as convidadas para compor toda a websérie principalmente essa homenagem fazem parte da construção da cultura e da identidade candanga. Além do protagonismo e da visibilidade, a série propõe um grande desafio: misturar gerações, ritmos e cidades. Compõem esse caldeirão cultural nomes como o de Fernanda Jacob, atriz e musicista, de Thábata Lorena, rapper e compositora, de Kika Ribeiro, sambista e compositora e o de Lazir Sinval, descendente da Alta Majestade dos fundadores do GRES. Império Serrano, Rio de Janeiro. “O Poéticas Populares teve a iniciativa de convidar artistas pretas, mulheres, para que a gente possa ter voz e visibilidade. Esse é um dia que, mais que comemorar, temos que saudar e revisitar a história de mulheres pretas que vieram antes e fizeram um trabalho intelectual e de resistência para que, hoje, eu, com 30 anos, mulher preta e artista tivesse voz e pudesse estar executando trabalhos como esse, que colocam a mulher preta como protagonista”, ressalta Fernanda Jacob. Para a sambista Lazir Sinval, promover projetos que enalteçam as mulheres é uma forma de resistência e sobrevivência.
“É fundamental exaltar a força das mulheres! Durante toda a nossa história e trajetória, eram ‘Elas’ que organizavam tudo, uma luta cheia de sabedoria. Recebiam a todos, cuidavam de todos. Grandes matriarcas, guerreiras da nossa cultura, da nossa vida”, destaca.