Nosso governo federal é tão ruim, mas tão ruim, que a gente acaba esquecendo de falar do GDF, que também é péssimo.Já não bastasse a gestão capenga em várias áreas, escolas caindo aos pedaços, buracos nas pistas, hospitais sucateados, serviços deficitários, dificuldade em tirar documentos, licenciar automóveis, ainda há o alinhamento do governador com o Planalto, no desastrado combate à pandemia.
Em Brasília, mesmo com percentuais de totalmente imunizados ainda abaixo dos 70%, o uso obrigatório de máscara em ambiente aberto já foi dispensado e a intenção é que também o seja, em breve, nos recintos fechados. Além disso, na contramão de outros estados, Ibaneis já se manifestou contrário à adoção do passaporte de vacina, o que facilitará a vida dos negacionistas anti-vax e também, do vírus, que seguirá circulando entre eles. O que nos salva como coletividade é a cultura da imunização, presente na maior parte da população, sua consciência sobre os riscos e a importância de evitar doenças. E isso me fez lembrar de uma historinha, para desanuviar. Helena e Zuleica, respectivamente, empregada e patroa, são personagens minhas, criadas para dar um alívio cômico às dores dos nossos dias. Afinal, rir também é um ato de resistência. O diálogo abaixo é de março deste ano.
– Nossa, Helena! Você tá ensopada!
– Ai, dona Zuleica! Tava lá na comercial esperando a tempestade passar, quando apareceu um moço, camiseta preta justinha, calça jeans, coisa mais delícia!
– Deixa Roberto saber desse seu assanhamento.
– Ôxi! Olhar, não tira pedaço, né?
– Nem leva a pessoa pro meio do temporal.
– Ah! É que fiquei olhando para ele, admirando enquanto ele se aproximava… Quando ele chegou bem pertinho, sem máscara, mostrando aquele sorriso lindo, perguntou: “você sabe onde é a clínica que faz teste pra COVID?”. Olhei pra ele, olhei pros pingos e pensei: “COVID? Prefiro pegar chuva!” e vim.