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06/04/2022, 15:52

Uso de scanner de lâminas histológicas no processo de aprendizado de patologia

A pandemia da covid-19 acelerou os processos nas mais diversas áreas, com evoluções que demandam atenção principal da tecnologia, e na educação não foi diferente. Em função da suspensão das aulas práticas nesse período, algumas faculdades tiveram que buscar alternativas para entender como as tecnologias utilizadas profissionalmente poderiam ser disponibilizadas e incluídas no processo de ensino-aprendizagem.

É o caso do scanner de lâminas histológicas que permite a digitalização de cortes histológicos. O seu uso é amplamente utilizado em instituições de ensino superior de diversos países desenvolvidos como facilitador no processo de aprendizagem em disciplinas teóricas e práticas. No Brasil, o Centro Universitário de Brasília (CEUB) é pioneiro no uso da tecnologia e acaba de colocar em prática a digitalização do próprio acervo físico de lâminas de citologia, histologia e patologia, além de disponibilizar para professores e alunos um software de simulação digital, proporcionando aos graduandos a experiência de utilizar uma ferramenta que só teriam contato no momento de atuação profissional.

A adoção de novas tecnologias no cenário do ensino médico demonstra o processo de modernização que se está vivenciando mundialmente. “Este é um marco para o ensino da graduação em saúde no nosso país”, reconhece a professora de e coordenadora do Labocien, Magda Branco, que participou do processo de construção do acervo virtual. Antes, os alunos estavam limitados aos microscópios e lâminas físicas, que são equipamentos frágeis e de manuseio complexo, para o estudo de matérias básicas de todos os cursos da saúde. “O uso de equipamentos digitais para elaboração de diagnósticos é uma tecnologia já validada por especialistas do mundo inteiro, com a troca de informações e imagens de altas resoluções para tomada de decisões em conjunto”, completa.

Até então, os alunos precisavam utilizar a câmera do celular para salvar a imagem de uma estrutura celular e trabalhar com uma imagem que entrega a metade da qualidade do acervo digital. Os professores e pesquisadores responsáveis pelo acervo explicam que a intenção não é abolir o uso do microscópio físico, mas sim complementar o processo de estudo. “Agora o professor pode ampliar as possibilidades da aula, pois os alunos podem desempenhar ações comumente realizadas em centros de diagnóstico clínico, oportunizando, ainda mais, o desenvolvimento das habilidades profissionais”, explica a gestora do Laboratório de Ciências da Saúde (Labocien), do CEUB, Magda Branco.

A tecnologia permite hoje que a instituição possua um acervo histopatológico totalmente digital, com mais de 500 lâminas próprias coletadas há mais de 30 anos pelo CEUB, digitalizadas com qualidade de imagem superior à de um microscópio convencional, com zoom de 1000x, e de forma integrada para alunos e professores. Essa ferramenta permite a análise pelo microscópio virtual com cinco lentes diferentes, além de disponibilizar funções para fotografar, desenhar, realizar anotações e mensurar o campo da lâmina que está em estudo.