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13/04/2020, 10:16

Witzel diz que conduta de Bolsonaro sobre Covid-19 pode levá-lo ao impeachment

A conduta do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em relação à pandemia do coronavírus transmissor da Covid-19, de defender que a maioria da população seja liberada das medidas de isolamento social para que o país sofra um menor abalo na economia, pode ter graves consequências políticas e jurídicas, como um impeachment, advertiu o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), em entrevista exclusiva à Agência Efe.

“É preciso que o presidente tenha uma noção clara de que aquilo que ele fala pode ter repercussões políticas para ele e, eventualmente, caracterizar um crime de responsabilidade (que permite a abertura de um processo de impeachment). Isso se o que ele fala (de reabrir todo o comércio e suspender restrições de circulação de pessoas) se transformar em ações”, declarou.

Ex-juiz federal, ex-fuzileiro naval e “outsider” na política até ser eleito em 2018, Witzel afirmou que “o comportamento de um chefe de Estado que não se adequa às orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) pode ter repercussões internacionais”.

“O Tratado de Roma estabelece em um de seus artigos sobre crimes contra a humanidade os de causar sofrimento, causar danos à integridade física das pessoas. Já há uma denúncia no Tribunal Penal Internacional, e isso pode ser uma consequência de uma conduta que não observa as determinações da OMS”, disse.

Witzel alegou ainda que Bolsonaro “está na contramão da história do que nós estamos vivendo” em relação à luta contra a pandemia.

“O mundo inteiro defendendo medidas contra o vírus, com isolamento total da sociedade até que se descubra uma vacina ou que testes sejam feitos”, argumentou.

Na entrevista, o governador também negou que planeje, ao menos neste momento, disputar as eleições presidenciais em 2022.

“Minha preocupação agora é governar o Rio de Janeiro, governar bem. Quando chegarmos a 2022, aí sim, vamos nos reunir e pensar naquilo que vamos fazer para o bem do estado ou para o bem do Brasil”, declarou.