A senadora Rose de Freitas (Podemos-ES) lamentou em Plenário a afirmação feita em outubro pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) de que, se a esquerda radicalizasse no Brasil, seria necessário editar um novo AI-5, referindo-se ao ato da ditadura militar, publicado em dezembro de 1968. 

Ao reconhecer que Eduardo Bolsonaro pediu desculpas pela afirmação, Rose de Freitas lembrou que é um erro histórico atribuir a edição do AI-5 a uma radicalização da esquerda naquela época.

Segundo ela, o ato foi motivado por uma disputa de poder no seio das Forças Armadas, entre os que defendiam a entrega do poder aos civis e os que advogavam o recrudescimento da ditadura. 

Com o desenrolar dos acontecimentos, a facção mais obscura acabou vencendo a disputa, o que resultou no fechamento do Congresso e na cassação de mandatos de políticos, lembrou Rose de Freitas.

— É uma lástima! Eu lamento um jovem, depois de tanta luta, ainda que tenha pedido desculpas, que, em algum momento, na cabeça dele, podia duvidar do valor da democracia para o Brasil, em vez de reafirmar que a democracia é importante para o Brasil, ainda que nós não tenhamos, nesse país, justiça social — concluiu.