19/10/2021, 22:14
Produto Interno Bruto recua 1% em agosto, aponta Ibre/FGV
A atividade econômica registrou em agosto um recuo de 1% em relação ao mês anterior e alta de 0,7% no trimestre móvel encerrado no oitavo mês do ano, se comparado ao período concluído em maio. Foi o que apontou a análise da série dessazonalizada do Monitor do PIB-FGV, divulgada ontem (19) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Já na comparação interanual, a economia avançou 4,4% em agosto e 6,7% no trimestre móvel terminado no mesmo mês. Em termos monetários, a estimativa é de que no acumulado do ano até agosto de 2021, em valores correntes, o Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e dos serviços produzidos no país), ficou em R$ 5,680 trilhões.
Para o coordenador do Monitor do PIB-FGV, Cláudio Considera, a economia brasileira continua em trajetória de recuperação em relação à forte queda de 2020 causada pela pandemia da covid-19. Os dados indicam que até agosto a taxa de crescimento do PIB em 12 meses ficou em 3,6%, em relação à verificada nos 12 meses até agosto de 2020, que apresentou queda de 3,1%.
Considera disse que o setor de serviços, que registrou quedas mensais consecutivas e altas entre março do ano passado e igual mês deste ano, desde abril apresenta desempenhos positivo com a taxa acumulada positiva em 12 meses a partir de junho, sendo em agosto de 2,6%. “No setor de serviços tem relevância a atividade de outros serviços, que representa cerca de 15% do PIB, que chegou a ter taxa mensal negativa de 22,8% e que apresentou taxas positivas elevadas desde abril deste ano”, disse.
De acordo com o coordenador, o desempenho positivo do setor de serviços é um reflexo da vacinação contra a covid-19. “Esse desempenho se deve à maior abrangência da vacinação, que possibilitou a maior interação entre as pessoas com idas a hotéis, bares, restaurantes, viagens etc. Isso é compatível com o consumo de serviços por parte das famílias que no mês de agosto cresceu 8,2%”, explicou.
Pandemia
Segundo o Ibre, “por causa da influência da pandemia da covid-19 nos fatores sazonais de 2020, que podem não estar realmente relacionados à sazonalidade, foi realizado no relatório divulgado nesta terça-feira um exercício adicional com relação a série com ajuste sazonal”.
O Ibre informou que alguns institutos de estatística internacionais estão analisando esses impactos e, “por essa razão, além do ajuste sazonal habitual que contempla o período de janeiro de 2000 a agosto de 2021, foi realizado adicionalmente o ajuste sazonal para 2020 e 2021 considerando os fatores sazonais referentes a 2019 e o fator calendário corrente”.